Eu já começara a adivinhar que ele me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho.
Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
O medo sempre me guiou para o que eu quero.
E porque eu quero, temo.
Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou.
O medo me leva ao perigo.
E tudo o que eu amo é arriscado.
Sabe o que eu quero de verdade Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma.
Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma
Eu queria escrever luxuoso.
Usar palavras que rebrilhaassem molhadas e fossem peregrinas.
Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas, às vezes leves na mais fina seda macia
Com uma amiga chegamos a um tal ponto de simplicidade ou liberdade que às vezes eu telefono e ela responde: não estou com vontade de falar.
Então digo até logo e vou fazer outra coisa.
Divido me milhares de vezes em quantas vezes quanto os instantes que decorrem, fragmentaria que sou e precários os momentos só me comprometo com a vida que nasca com o tempo e com ele cresca: só no no tempo a espaco para mim.