No fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama.
Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade.
São palavras duras, mas há que dizê las.
Há uma pergunta que me parece dever ser formulada e para a qual não creio que haja resposta: que motivo teria Deus para fazer o universo Só para que num planeta pequeníssimo de uma galáxia pudesse ter nascido um animal determinado que iria ter um processo evolutivo que chegou a isto
Onde estava todo esse dinheiro Estava muito bem guardado.
De repente, ele apareceu logo, para salvar o quê Vidas Não.
Apareceu para salvar os bancos.
Se toda a política precisa de uma economia, a economia determina uma política; é isso que está a acontecer (com a globalização).
Este país (Portugal) preocupa me, este país dói me.
E aflige me a apatia, aflige me a indiferença, aflige me o egoísmo profundo em que esta sociedade vive.
De vez em quando, como somos um povo de fogos de palha, ardemos muito, mas queimamos depressa.
Dentro ou fora de mim, todos os dias acontece algo que me surpreende, algo que me comove, desde a possibilidade do impossível a todos os sonhos e ilusões.
É essa a matéria da minha escrita, por isso escrevo e por isso me sinto tão bem a escrever aquilo que sinto.
É a literatura o que, inevitavelmente, faz pensar.
É a palavra escrita, a que está no livro, a que faz pensar.
E neste momento é a última na escala de valores.
Em vez de ouvirem os escritores em busca de respostas sobre o que somos, as pessoas precisam ouvir umas às outras, porque nós, autores, não somos mais do que meros trabalhadores da palavra.
Os escritores aos quais eu volto sempre são Montaigne, Pessoa e Kafka.
O primeiro porque somos a matéria do que escrevemos, o segundo porque somos muitos e não um, o terceiro porque esse um que não somos é um coleóptero.
A alegoria chega quando descrever a realidade já não nos serve.
Os escritores e artistas trabalham nas trevas e, como cegos, tacteiam na escuridão.
A única e autêntica liberdade do ser humano é a do espírito, de um espírito não contaminado por crenças irracionais e por superstições talvez poéticas em algum caso, mas que deformam a percepção da realidade e deveriam ofender a razão mais elementar.
Eu não sou um exemplo do que é viver neste mundo.
Sou um privilegiado.
Mas não posso estar contente.
O mundo é o inferno.
Não vale a pena ameaçarem nos com outro inferno porque já estamos nele.
A questão é saber como é que saímos dele.