Ai de quem ama
Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida
Amar é triste
O que é que existe
O amor
Ama, canta
Sofre tanta
Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade
Amar sozinho
Ai de quem ama
Vive dizendo
Adeus, adeus
E ao me sentir ausente
Me busque novamente e se deixes a dormir
Quando, pacificado, eu tiver de partir.
Resta esse constante esforço
Para caminhar dentro do LABIRINTO
Esse eterno levantar se depois
De cada queda,
Essa busca de equilíbrio no fio
Da navalha,
Essa terrível coragem diante do
Grande medo,
E esse medo infantil
De ter PEQUENAS CORAGENS.
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Só deixarei de ter amar quando
O véu da morte cobrir minha face,
Mesmo assim nascerá em minha sepultura
Uma rosa em cujas pétalas,
De sangue, estará escrito: Amo você!
Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.