A maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
Ó minha amada, que olhos os teus.
São cais noturnos cheios de adeus.
São docas mansas trilhando luzes que brilham longe, longe dos breus Ó minha amada, que olhos os teus.
Quanto mistério nos olhos teus.
Quantos saveiros, quantos navios, quantos naufrágios nos olhos teus.
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão:
quem são aquelas pessoas
diremos que eram nossos amigos
E isso vai doer tanto
Não te quero ter porque em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados.
A palavra que vem do pensamento sem saudade
não ter contentamento
ser simples como o grão de poesia
e íntimo como a melancolia
Amo te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos
E por falar em saudade
Onde anda você
Onde andam os seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto
De tanto prazer
"Vai, minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz lhe numa prece que ela regresse
Poque não posso mais sofrer."